Entrevistas

Natália considerada uma das 25 mulheres mais Sexy

Aos 49 anos, a beleza da atriz Natália do Vale impressiona. Pele viçosa, sorriso contagiante, corpo em forma evidenciado por uma calça de couro justíssima. O jeito bem-humorado também contribui para torná-la sedutora. Natália está sempre alegre, vive fazendo piada. Mas, para ela, ser considerada sexy é apenas o resultado do trabalho de composição de Sílvia, sua personagem em Mulheres Apaixonadas. “Isso não aconteceria se a Sílvia não fosse tão sensual e não tivesse cenas carregadas de sexualidade explícita”, diz. Paulo Coronato, o taxista Caetano que contracena com ela na novela, discorda. “A Natália é extremamente sexy”, fala o ator. Mas, segundo ele, a sensualidade da atriz é diferente da que ela mostra como Sílvia. “É uma coisa mais aristocrática. Passa pela educação, pela inteligência e o glamour de estrela.” Com tantos atributos, Natália foi convidada a posar nua. “Claro que há um lado feminino que é vaidoso”, diz ela, deixando escapar uma pontinha de orgulho. “Mas sou tímida, nem considerei a hipótese.”

Materia da revista Isto É Gente de 31/08/2003

[FONTE]

Personagem da atriz 'arma' jogo de sedução com namorado da empregada

Enveredar pelo humor foi a primeira "saída" imaginada por Natália do Valle quando se deparou com as cenas em que Sílvia, sua personagem em "Mulheres Apaixonadas", "partia para cima" do taxista Caetano, vivido por Paulo Coronato. Na sinopse da novela, a atriz leu que Sílvia era uma mulher de classe média-alta, com um casamento estável, que se envolvia com o namorado da empregada. E tratou de criar sua própria história.

"Veio um clichê de novela na minha cabeça: ela ali, com um marido indiferente, a filha se casa, ela se sente sozinha, se envolve amorosamente com aquele homem...", descreve, detalhista. Mas a história imaginada pelo autor Manoel Carlos a surpreendeu completamente. "Quando vi que não tinha o laço amoroso, que era um exercício de sedução, pensei: 'Ih!, como vou fazer isso?'", confessa, aos risos.

Da pequena dúvida inicial não resta sequer sombra. Cada vez mais a atriz tem certeza de ter "acertado no tom". Um acerto duplo, no seu entender. "Para mim, é um ótimo exercício de leveza. E numa novela com tantos conflitos pesados, é um refresco, o que explica a repercussão deste núcleo", opina, satisfeita.

A avaliação positiva pode ser levada a sério. Extremamente crítica, Natália não costuma ser uma espectadora das mais generosas com seu próprio trabalho. As cobranças incluem detalhes como a emissão de cada palavra, cabelo, maquiagem e pequenas intenções que ela insinua nos estúdios e faz questão de conferir no ar.

No caso de Sílvia, cada pequeno detalhe tem sido muito bem valorizado. Não só pelos diretores da trama, como também pelo público, que a aborda com freqüentes comentários de que Sílvia é a mulher que mais sabe "lidar com os homens" na novela. Com o mesmo bom humor que empresta à "madame", Natália faz, em tom elétrico, sua "avaliação psicológica" da personagem. "Ela tem uma alma meio vagabunda, é meio cachorrinha", define, com a mesma expressão nos olhos que Sílvia usa quando "ataca" Caetano na cozinha de casa.

REENCONTRO MARCADO - Não fosse Manoel Carlos o autor de "Mulheres Apaixonadas", Natália do Valle certamente teria recusado o papel de Sílvia. Nada contra a personagem.

Aliás, desde que leu a sinopse, a atriz não teve qualquer dúvida sobre a repercussão da história da madame que se envolvia com o namorado da empregada. Isso porque ela sequer sonhava que a personagem é que exerceria a conquista, realizando todas as suas fantasias sexuais, o que a tornava ainda mais irrecusável.

O problema é que, na época em que recebeu o convite, no final do ano passado, Natália estava com a mãe muito doente e teve medo de não conseguir se dedicar inteiramente ao trabalho. "Não queria ficar dividida", justifica, sem disfarçar a emoção.

A vontade de voltar a trabalhar com o autor, no entanto, foi mais forte. Foi em "Água Viva", de 1980, escrita por Maneco e Gilberto Braga, que a carreira de Natália ganhou destaque nacional. A parceria se repetiu no ano seguinte, em "Baila Comigo", e depois os dois não voltaram a se encontrar profissionalmente. "Queria tanto voltar a fazer uma novela dele que aceitaria mesmo se a personagem não fosse tão atraente", confessa.

A atriz não se arrepende da decisão. Dona Sara, a mãe da atriz, morreu na véspera da estréia de Natália no teatro, em "Capitanias Hereditárias", e menos de um mês antes do início das gravações da novela.

Hoje, Natália se surpreende com o que chama de "diálogo silencioso" entre ela e o autor. A cada capítulo ela se convence de que os pequenos detalhes que sugere são acolhidos e desdobrados por Maneco.

"Não costumo falar com ele e acho que deve ser assim também com os outros atores. Mas, vendo a novela, percebo que tem um bate-bola fantástico".

VIAGEM - Um dos maiores orgulhos profissionais de Natália do Valle é a peça "A Partilha", que rodou o Brasil inteiro durante cinco anos.

A atriz julga que o espetáculo de Miguel Falabella aumentou muito seu reconhecimento como atriz de teatro. E, melhor que isso, sabe que tem sua pontinha de responsabilidade no sucesso do autor.

A história começou quando os dois se encontraram nos bastidores da novela "O Outro", em 1987. Falabella prometeu que escreveria uma peça para ter a atriz no elenco. Ela não só adorou a idéia como passou a cobrá-lo constantemente o texto. "Sempre perguntava pela peça e ele contava as histórias todas, mas não escrevia. Estava tudo na cabeça dele. Até que comecei a desconfiar e ele se viu obrigado a escrever alguma coisa, para me provar que não era mentira", conta, aos risos.

A parceria deu tão certo que já foi repetida em "A Vida Passa", espécie de continuação de "A Partilha", e "Capitanias Hereditárias", atualmente em cartaz no Rio de Janeiro.